Livre e de Bons Costrumes


Registra o Ritual de Iniciação logo no primeiro contato que o Ven\da Loja classifica o profano que se aproxima da porta do Templo como um temerário. Mas alguém esclarece tratar-se de um elemento que se apresenta para ser iniciado nos augustos mistérios da maçonaria.

O Ve\ indaga os meios pelos quais tal elemento concebeu aquela idéia; e a mesma pessoa esclarece tratar-se de um "homem livre e de bons costumes".

Na ordem maçônica no Landmark n° 17 diz: "Só pode ser admitido como maçom o homem livre e adulto".

Essas qualidades constituem a primeira grande exigência da maçonaria para consentir o ingresso de alguém em suas fileiras. O valor positivo do homem é demonstrado por ele mesmo, através da sua liberdade de pensar e pela pureza dos seus sentimentos.

Desde que se verifique ser ele portador de uma tendência ativa para a prática das virtudes e goza da liberdade de consciência, pode-se afirmar, com segurança, que se trata de um indivíduo livre e de bons costumes.


Manter-se vigilante contra as traiçoeiras tramas íntimas, que podem anular os retilíneos princípios da honestidade, da bondade, das atitudes benfazejas, aí se terá uma pessoa de bons costumes. Por isso se diz:

"Que a iniciação maçônica é muito árdua, uma viagem penosa e cheia de emoções desconhecidas do mundo profano".

Quem a pretenda de fato, deve ser portador de sentimentos puros. A realização das mais elevadas finalidades da vida, tais como a obtenção da paz inefável, a aquisição da luz iluminadora da mente, a contemplação da moral verdadeira, só mesmo dentro dos muros da maçonaria poderão ser encontradas. Seus horizontes são vastos e inspiradores de um ideal mais refinado, em tudo e por tudo fidedigno e sublime.

Mas, para estes objetivos serem atingidos na sua plenitude o candidato deve ser liberado dos dogmas do mundo profano, desobrigado das convenções que constituem a base da sociedade humana, bem como descarregado de preconceitos de qualquer natureza. Nenhuma influência estranha, salvo aquelas que possam ser aplicadas ao ideal do Bem e da Justiça dominará o coração do candidato.

Dentre os fulgurantes propósitos que os bons costumes apresentam, destaca-se a aliança com a Virtude. A definição Ritualística de Virtude é: "Uma disposição da alma que induz a praticar o Bem".

Na versão filosófica da Virtude o candidato deve revelar um tratamento salutar com os demais circunstantes sem destacar raça ou posição social, não ofender a quem quer que seja, nem prejudicar ninguém, isto é não magoar a humildade de pessoa alguma.

Conclui-se que ser livre e de bons costumes, significa não ser considerado escravo em nenhum plano da sociedade profana, bem como, não se deixar levar pelos preconceitos, pelos vícios e pelas paixões rasteiras. Ser livre e de bons costumes é não se dobrar a coação moral; é não se furtar aos desejos de independência religiosa; é poder raciocinar com desembaraço; é não se deixar envolver por qualquer fanatismo ou superstição; é não se curvar a interesses de terceiros cuja finalidade não seja o Bem da Humanidade; é manter-se numa linha de conduta irrepreensível de exemplos dignos.

                        
Enfim, ser livre e de bons costumes é se mostrar amigo da perfeição dignificando a vida nas normas de um dever integrado na razão de todas as coisas.
                        
Para encerrar, uma "Idéia sobre a Liberdade", de Mariano Noronha.

"A liberdade dos povos não consiste em palavras, nem deve existir apenas nos papéis. Qualquer déspota pode obrigar seus escravos a cantar hinos a liberdade, e esse canto compulsório é muito compatível com os grilhões e a opressão dos que entoam o canto".

Marcos Antônio Câmara Abelha
Paulo Sérgio de Moraes Ribeiro

Sérgio Haidar